Uma pesquisa realizada com pelo menos 1.000 ingleses revelou que 41% dos trabalhadores gruda nos celulares durante o trabalho, inclusive em reuniões, atendendo ligação, mandando SMS, tuitando e checando o Facebook. O incrível é que, por outro lado, 82% desses mesmos entrevistados se irritam quando alguém faz exatamente o mesmo: atende ligação, manda SMS, entra em redes sociais e por aí vai.
“70% dos entrevistados ainda disseram que interrompem reuniões sem cerimônia, mas se irritam quando alguém faz a mesma coisa. Já é óbvio que a pressão de ter que permanecer conectado é tanta que muitos esquecem até a boa educação”, diz David Lavenda, da harmon.ie, a empresa de software responsável pela pesquisa.
Um terço dos entrevistados confessou que demora pelo menos 20 minutos para conseguir se concentrar novamente depois que se distrai com algum post, tweet ou SMS. Mais de 33% disseram que as distrações da web atrapalham o trabalho e 22% revelaram que a tecnologia dificulta o processo criativo.
"Temos um clássico caso de duplo padrão de comportamento em ambiente de trabalho”, explica David. “Por um lado, a comunicação e as redes sociais são ferramentas usadas para nos poupar tempo no trabalho, nos tornando mais produtivos, mas invadindo nossas vidas pessoais”, continua.
Como se já não fosse ruim o bastante, 85% dos entrevistados não largam o celular ou smartphone nem nos finais de semana, e 74% permanecem conectados nos aparelhos até mesmo nos feriados. Detalhe: metade dos entrevistados navega na cama!
Cary Cooper, professor de psicologia organizacional e saúde da Universidade de Lancaster, diz que “seria melhor se nós controlássemos os nossos aparelhos eletrônicos, em vez de deixar eles nos controlarem”. David Miller, especialista em etiqueta do portal Debrett, também deixa o seu recado: “Só porque os outros fazem e ninguém fala nada, não significa que seja aceitável”.
Será que você também é um viciado em celular?
Para começar a entender um pouco deste novo vício tecnológico, vamos ver de onde vem o estranho nome dado a este problema. A palavra NOMOFOBIA surgiu de - "nomo", abreviação de "no mobile" (sem celular) em inglês, portanto vamos incorporar ao vocabulário português mais um anglicismo.
A principal evidência do viciado é o medo de não poder utilizar o aparelho, que atinge até 20% da população do mundo.
O psicólogo do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC), Cristiano Nabuco, diz, “Em vez de conversar pessoalmente, quem sofre desse distúrbio prefere enviar torpedos e e-mails. Uma vida paralela vai assumindo o lugar da vida real”.
Eu conheço gente que prefere conversar por torpedos do que por telefone ou pessoalmente.
Pesquisa na Inglaterra
De acordo com uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov para o Departamento de Telefonia dos Correios britânicos, 53% dos usuários de celular do Reino Unido sofrem de nomofobia. a síndrome atinge mais os homens (58%) do que as mulheres (48%).
Das 2.163 pessoas entrevistadas, 20% disseram não desligar o telefone nunca, e cerca de 10% disseram que o trabalho as obriga a estarem sempre acessíveis.
Entre os entrevistados, 55% relacionam a urgência de ter o celular sempre ligado à necessidade de estarem sempre em contato com amigos e família. E 9% das pessoas ouvidas disseram que desligar o celular as deixa em um estado de profunda ansiedade.
Sinais do vício- Nunca deixar de atender o telefone celular
- Nunca deixar a bateria do aparelho acabar
- Carregar o celular na mão (para atender mais rapidamente) e não na bolsa ou bolso da calça
- Voltar para buscar o celular em caso de esquecimento
- Não desligar o celular na hora de tomar banho e nem na hora de dormir
Sintomas de abstenção
- Ansiedade
- Pânico
- Impotência
- Angústia
Se você acha que tem este vício, recomendam os especialistas, é bom procurar um psicólogo
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